Cada vez mais as pequenas e médias empresas estão investindo em presença digital, apropriando-se das novas tecnologias e utilizando-as das mais variadas formas com o intuito final de obter lucro. Contudo, ainda são poucas aquelas que, de fato, estão entrando no meio online de maneira responsável, preocupando-se em compreender o processo que está por trás da invasão do digital para, então, aplicá-lo ao seu negócio.
Uma boa dica para as pequenas e médias empresas que pretendem investir em marketing digital é começar com a aplicação de quatro princípios que considero como os pilares fundamentais de ações em marketing digital: planejamento, conteúdo, relacionamento e monitoramento. Cada um deles merece, no mínimo, um post inteiro. Porém, neste artigo vou aborá-los minimamente, fornecendo uma visão geral de cada um.
1. Planejamento
Este é o ponto chave e do qual dependem todos os demais. O planejamento irá fornecer a base para toda e qualquer ação de marketing – digital ou não. É um erro pensar que planejamento é algo que diz respeito apenas ao futuro. Um bom planejamento deve englobar aspectos do passado e do presente para, então, garantir o preparo adequado para enfrentar o futuro. Planejamento, portanto, é um exercício de paciência, que envolve cautela, estratégia e uma dose de intuição.
Uma das grandes dificuldades que se tem atualmente em termos de planejamento reside na necessidade de integração online/off-line. Muitas empresas enxergam no marketing digital uma fórmula mágica para seus problemas e esperam das agências, dos freelancers – ou seja lá de quem esteja responsável por isso no momento – ações que atendam aos seus utópicos objetivos, esquecendo que antes das ações, vem o planejamento e este precisa estar alinhado ao plano de marketing da empresa, plano este que muitas das pequenas e até médias empresas sequer possuem.
2. Conteúdo
Produzir e compartilhar conteúdo relevante para o seu público-alvo. E o que é ser relevante? Relevante é aquilo que tem importância, ou seja, algo que vai fazer a diferença quando o consumidor escolhe o que vai prestar atenção entre os diversos conteúdos concorrentes em seu mural do Facebook ou na timeline do Twitter. A relevância é o que faz a diferença entre o curtir ou não uma determinada publicação, entre retwittar ou não um determinado link, ou mesmo emitir ou não um comentário. Em suma, é o que gera o engajamento. Assim, como a relevância difere de pessoa para pessoa, conhecer o seu público-alvo é fundamental.
3. Relacionamento
Aqui quero comentar a respeito das relações que a empresa desenvolve com os seus clientes – reais e potenciais – focadas na presença digital. Como comentei no artigo “O cliente quer se sentir amado”, antes um bom bar ou restaurante era aquele em que os garçons sabiam o nome do cliente e, de quebra, seu pedido mais habitual. Nas mídias sociais pode-se reproduzir de certa forma esse ambiente, na medida em que é possível – através de mensuração e monitoramento – conhecer melhor o seu público-alvo por meio do que ele compartilha, de como interage, o que pensa, o que gosta ou não. Além disso, o relacionamento é eficiente quando o cliente é “ouvido” e tem respostas rápidas e eficazes aos seus pedidos. As marcas precisam – antes de imaginar grandiosas ações, ou o que é mais comum atualmente, excelentes virais – se preocupar em construir relacionamentos com seus consumidores.
Ainda falando em relacionamento, é preciso entender também que relacionamento não se faz apenas por meio de redes sociais. Facebook, Orkut, Twitter, Youtube, etc., são excelentes formas de se estar presente no universo digital dos clientes, porém não são as únicas. O investimento e as ações em redes sociais devem estar alinhados a uma estratégia maior, que pode incluir e-mail marketing, SEO, games, entre outras. E as estratégias digitais, por sua vez, devem estar alinhadas com o plano de marketing da empresa.
4. Monitoramento
Parte fundamental do processo, o monitoramento engloba as métricas e a importância de se ter dados confiáveis e mensuráveis para avaliar o retorno concreto das ações de marketing digital. As métricas podem ser obtidas por meio de diversas ferramentas, grande parte delas fornecidas gratuitamente pelo Google. Além disso, o monitoramento deve ser segmentado, ou seja, incluir o monitoramento da marca, monitoramento da concorrência e monitoramento de mercado.
Como se vê, presença digital não se resume a ter um site ou, o que é pior, um e-mail e um Twitter “para promoções e sorteios”. Estar, de fato, presente no ambiente digital, não é algo tão simples como se imagina e requer atenção, conhecimento e investimento para, de fato, dar retorno. Nesse sentido, talvez a dica mais útil que se possa oferecer às pequenas e médias empresas com relação ao uso dos meios digitais é: não caia na tentação do “faça você mesmo”, busque um profissional. Qualquer um pode fazer um sorteio e conseguir muitos seguidores para um perfil do Twitter ou curtidas em uma fanpage no Facebook, mas a verdadeira pergunta é: será que eles continuarão a se interessar pela sua empresa depois que os sorteios acabarem?