Marketing pessoal: você é o melhor produto

Aprenda a se destacar no mercado usando princípios de venda e publicidade

Por Clarissa Janini

O que faz com que uma pessoa comum se destaque em meio a tantas outras? Muitos podem dizer que se trata de “brilho pessoal”, mas um fato é indiscutível: pessoas notórias chamam mais atenção porque possuem alguns atributos mais bem desenvolvidos do que a maioria – simpatia, extroversão, credibilidade, entre outras características que as tornam um imã social. Profissionalmente, é possível tornar-se “popular” no mercado e alavancar a carreira incorporando algumas atitudes e hábitos. O marketing pessoal, conceito que aplica os princípios do marketing às pessoas, é uma grande tendência nos dias de hoje. Fazer de si mesmo um bom produto e saber vendê-lo às empresas é requisito fundamental para garantir sua empregabilidade daqui em diante. Conhecimentos técnicos são, atualmente, apenas a base da construção de uma carreira bem-sucedida – o diferencial entre um profissional e outro está, na realidade, em suas atitudes e capacidade comunicativa.

Em palestra realizada na ExpoManagement 2005, o coordenador do curso de marketing da Umesp (Universidade Metodista de São Paulo), Eder Polizei, abordou o tema e ensinou como aplicar o marketing pessoal corretamente no dia-a-dia. Para tanto, introduziu alguns conceitos do marketing tradicional e os adaptou aos hábitos profissionais. “No marketing, o produto ou serviço não existem; o que o consumidor compra, na realidade, é o benefício que eles trazem”. Sendo assim, você precisa apresentar os benefícios que pode trazer a todos que fazem parte do seu círculo profissional, desde o selecionador até o chefe e colegas de trabalho. “Um currículo ‘robusto’ deve transmitir para o entrevistador eficácia, desenvoltura e lucro”, diz. Se você já está empregado, não deixe de exercer a prática dentro do ambiente de trabalho para ser percebido e subir ainda mais degraus na carreira.

Como chegar lá

No início da palestra, o coordenador procurou quebrar alguns preconceitos existentes sobre o marketing pessoal. “O termo está banalizado e é freqüentemente usado como sinônimo de pessoas exibicionistas e ‘pavões’”. Ele lembra que o exagero pode, ao invés de aproximar, afastar as pessoas e as chances de ser reconhecido. “O pavão de hoje é o espanador de amanhã”. Aplicar os conceitos de marketing pessoal sem erro requer preparo e conhecimento da área. No marketing tradicional, há quatro pontos fundamentais, os quatro “Ps”: produto, preço, ponto de venda e promoção. “No marketing pessoal, podemos adaptar da seguinte maneira: o produto é o profissional, o preço é o salário, o ponto de venda é a área de atuação e a promoção é a comunicação”. Aprenda, abaixo, como incorporar esses preceitos à sua carreira.

Produto (profissional) – Para ser notável, você precisa, antes de tudo, possuir características de um verdadeiro talento. “Pessoas talentosas são criativas, hábeis, confiáveis, batalhadoras e bem-humoradas. Mas devem tomar cuidado com a falta de disciplina, pois geralmente apresentam problemas na execução de tarefas”. Outra competência imprescindível é possuir conhecimentos múltiplos e saber trabalhar em diferentes estruturas. “Tem que saber o básico de tudo e se destacar em algum ponto”, afirma Polizei.

Preço (salário) – Na hora de estipular um valor médio para seu salário, não tenha medo de elevar a quantia. “Nós sempre associamos o mais caro à melhor qualidade. Portanto, não aceite qualquer proposta”. Mas e no caso de um profissional em início de carreira, sem experiência? O palestrante recomenda, então, o “esquema traficante: no começo é baratinho, mas depois encarece”.

Ponto de venda (área de atuação)
– Sua área de atuação deve ser bastante extensa, abrangendo além do local de trabalho. Uma dica importante apontada por Polizei é sempre tratar bem as pessoas ao seu redor, ser solícito e educado. “Pense nas pessoas em relação ao amanhã, você nunca sabe o que pode acontecer”. Ser expansivo também é fundamental para ampliar os horizontes, e lembre-se de se posicionar nos lugares certos, sempre.

Promoção (comunicação) – Comunicação é a alma do negócio, nos dias de hoje – independentemente de seu campo profissional. Manter uma rede de relacionamentos e alimentá-la constantemente é essencial, “mas cuidado para não ser um bom falante e mau executor”. O palestrante lembra que o êxito na carreira consiste em ser e parecer um bom profissional, pois as aparências não duram muito tempo – você terá de provar sua competência cedo ou tarde.

A adequação do traje de trabalho tem a ver com a atividade, com o local e o horário em que será usado. Se não for um uniforme obrigatório, segue o que se recomenda para o traje em geral: considerar a idade e o físico da pessoa, combinar com a cor dos seus cabelos e da sua pele. Mas neste caso a roupa de trabalho, sofre ainda mais alguns controles: deve guardar uma certa harmonia de nível entre os empregados no sentido de que algum deles não exceda em luxo aos colegas, e sobretudo ao chefe. Porém, não há medidas para o bom gosto. Este não depende de luxo nem precisa respeitar hierarquias. No trabalho, é considerado inadequado para a mulher roupas que são coladas ao corpo, curtas e sem mangas, com decotes grandes ou em tecidos transparentes ou brilhantes; a blusa deve ser opaca o bastante para esconder as costuras e alças do sutiã. Tecidos grossos demais, certos conjuntos de jeans, veludos, roupa de couro, parecem diminuir o dinamismo e facilitar uma aparência de ineficiência. São mais próprias roupas fartas, dentro do seu figurino, evitando cores baratas (preto, marrom, ou coloridos ralos, de pouca tinta), como também estamparia de desenho muito graúdo (grandes retângulos, grandes círculos, grandes folhas, etc.). Salvo quando a natureza do trabalho recomendar o contrário, é mais conservador e clássico o uso de saias, em vez de calças compridas. Melhor seguir a moda depois que esta estiver bem assente, ou bem aceita. Os caprichos da última moda sempre parecem, inicialmente, extravagância e mau gosto; por isso não é uma boa idéia para a mulher, ser muito vanguardeira em seus trajes de trabalho.

As meias compridas são um acessório importante para a elegância, desde que não sejam espessas e chamem atenção como se fossem meias ortopédicas. Quanto a jóias e bijuterias, no trabalho é conveniente usar o mínimo em tamanho e quantidade. Brincos discretos e pequenos, cintos não muito largos, principalmente se forem de couro cru ou cadeia de metais. Certa vez fui atendido em uma livraria nos Estados Unidos pela própria dona da loja. Usava em uma das mãos um anel com uma grande pedra, e na outra um chuveiro com cinco brilhantes de meio quilate cada um. Elogiei a beleza da ametista, mas ela respondeu secamente: é um rubi. Abstive-me de comentários sobre os brilhantes, mas pensei no quanto ela parecia ter vindo de uma grande noitada diretamente para sua livraria.

Os sapatos nunca são de plataforma alta, ou de salto muito alto; melhor que sejam delicados e de salto médio, e estejam sempre limpos, assim como a bolsa. Se a mulher tem que caminhar muito entre o local onde estaciona seu carro ou desembarca do transporte coletivo, e o local do trabalho, não precisa estragar pelas calçadas os sapatos de sua toilete. Pode utilizar um calçado robusto, adequado para a caminhada, que não prejudique muito a sua elegância, e levar em uma pequena sacola aquele que usará no trabalho. Porém, usar para esse trajeto um tenis e meias brancas e curtas – como vi em Nova Yorque –, é um contraste muito desagradável de se ver.

Roupa, sapatos e bolsa de cor branca devem ser evitados nos meses frios ou nos dias chuvosos.

Para o homem valem recomendações bem parecidas. O uso de paletó e gravata é praticamente obrigatório como paramento da autoridade, tanto pública como privada. O modo de vestir-se de uma autoridade é sempre conservador. Os ternos são em cores escuras, listados ou não, a camisa branca, raramente azul claro, com punhos simples ou duplos, sapatos clássicos, de laço ou de fivelas, meias escuras e gravatas conservadoras. Tanto no governo quanto em empresas privadas os funcionários do alto escalão de chefia, podem usar blazer, mantendo a gravata. Em qualquer dos casos, a camisa a ser usada com o paletó é sempre de mangas compridas. O punho deve ultrapassar a ponta da manga do paletó cerca de 1 a 1,5 cm, ficando cobertas as abotoaduras ou o botão do punho da camisa. Esta, ao nível das assessorias, pode variar a cor, mantendo-se o bom gosto da combinação; os sapatos podem ser mocassins com borlas.

Fora do escalão das autoridades, públicas ou privadas, e das suas assessorias, os homens comumente usam, no máximo, paletó esporte de cor e padrão discretos, com gravata. As camisas coloridas, com colarinho e punhos brancos, são um tanto pretensiosas e por isso o seu uso resvala para os limites do mau gosto.

Jalecos usados em consultórios, hospitais, laboratórios e oficinas não interferem na vestimenta, exceto por dispensarem o paletó ou o blazer. Os homens usam o jaleco sobre a camisa com gravata, as mulheres usam diretamente sobre o vestido ou a blusa. Ao sair do ambiente de trabalho, o jaleco ou o guarda-pó deve ser despido, porque não é parte do traje social e sua função é restrita ao local da atividade.

Os suspensórios são pouco usados atualmente, e as calças vêm com alças para os cintos. Se o homem prefere manter as calças em posição com o uso de suspensórios, deve usar um cinto folgado para ocupar as alças, ou então mandar removê-las, ou encomendar calças a um alfaiate, sem esse detalhe.

Os jeans nunca deixam de trair suas origens; ficam melhor para o trabalho no campo, no quintal, ou no jardim e nas oficinas. Sequer para o trabalho em um atelier de arte, um estúdio de fotografia, balcão de loja, ficam lá muito bem.

Não se usam meias claras ou brancas com sapatos escuros. As meias nunca devem ser de cano curto, pois deixam parte das pernas à vista quando o homem se senta. Sapatos engraxados – não se deve dar chance a que alguém de saber de onde o outro vem, pelo barro nos seus sapatos –, roupas limpas e passadas, sem manchas, rasgos ou falta de botões, é um mandamento básico.

Rubem Queiroz Cobra

Texto impresso original depositado no Escritório de Direitos Autorais da Biblioteca Nacional, o que permite que o Site COBRA PAGES seja citado em qualquer trabalho de divulgação de suas matérias. Para citar este texto: Cobra, Rubem Q. – Vestuário: ambiente de trabalho. Site www.cobra.pages.nom.br, INTERNET, Brasília, 2003 (“www.geocities.com/cobra_pages” é “Mirror Site” de www.cobra.pages.nom.br).

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